Porto Alegre é a ponta do iceberg

O Brasil vai parar para assistir e todo o mundo estará atento ao julgamento em Segunda Instância do ex-presidente Lula. Em caso de condenação, Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições à Presidência da República deste ano, pode ser impedido de disputar o pleito.

Mas, o julgamento (e o próprio ex-presidente) é apenas a parte visível de uma coisa muito maior, que envolve não apenas a Petrobras e nem somente o Brasil, mas afeta a economia e geopolítica mundiais.

Sob o pretexto de acabar com a corrupção, o iceberg que se vê em Porto Alegre esconde a democracia, que traz consigo o direito, ou não, do líder absoluto de todas as pesquisas de intenção de voto disputar as eleições. Querem condenar Lula, mesmo sem provas, para impedi-lo de disputar as eleições. Mesmo ele não tendo cometido os crimes dos quais é acusado.

Condenar alguém sem provas é um perigo para a democracia e o Estado de Direitos. Abre precedentes para a incriminação de outras pessoas. Pessoas podem ser presas e condenadas pelo simples fato de pensarem diferente dos donos do poder, do dinheiro, do mercadinho da esquina.

Mas, no fundo, sob “as águas” também está a possibilidade de retorno, ou não, de um projeto que estava levando o Brasil a se tornar “o país do futuro” que falávamos há tanto tempo; um país onde havia emprego para todos; que havia se tornado uma das maiores economias do mundo; um país que distribuía renda para as pessoas mais pobres; que disponibilizava médicos para toda a população, até nos lugarejos mais afastados dos grandes centros.

Querem impedir que Lula dispute as eleições para que o Brasil continue sendo um país onde os ricos cada vez ficam mais ricos e os pobres cada vez fiquem mais pobres, como mostra pesquisa divulgada na última segunda-feira (22). Um país onde cinco bilionários concentram o patrimônio equivalente à renda da metade mais pobre do país. Estes bilionários não querem acabar com a fome e a miséria no país. Não querem que o país volte a garantir emprego para todos; não querem revogar a lei que estipula teto de investimento público em saúde, em educação, em segurança, em infraestrutura de água e esgoto. Não querem a volta dos direitos trabalhistas da CLT, nem a manutenção do direito do trabalhador se aposentar. Não querem ver o Brasil melhor para os mais pobres. E, por não querer ver, pagam os “promotores de eventos” para instigar os “patos” a se revoltarem contra Lula, contra o PT, contra todo e qualquer projeto de distribuição de renda, de oportunidade para todos no mercado de trabalho, na educação, na saúde.

As “vacas de presépio”, seja de Curitiba ou de outros cantos do país, servem a interesses de empresas e do capital internacional, que querem impedir que o Brasil e suas empresas ganhem espaços que sempre foram delas. As “vacas de presépio”, que sofrem de “síndrome de vira-lata” e endeusam os Estados Unidos, não querem justiça, não querem “acabar com a corrupção”. Se quisessem teriam prendido Aécio e Andrea Neves, José Serra e outros pássaros deste mesmo ninho.

Lula tem grandes chances de vencer as eleições e, com isso, fazer o Brasil retomar o rumo do crescimento sustentável, com distribuição de renda e mais oportunidades para os mais pobres. Por isso, ele está sendo acusado. Mas, se outro candidato com a mesma proposta tivesse as mesmas chances, também sofreria o mesmo processo. Quem está sendo acusado é o projeto de um Brasil melhor para os trabalhadores, para a população mais pobre de nosso país.

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

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